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Docentes da UECE se manifestam em defesa de justiça digital

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Na última quarta (02), às 17h, o Sindicato de Docentes da Universidade Estadual do Ceará realizou ato relâmpago na entrada do Campus Itaperi, em Fortaleza, em crítica ao início do semestre 2020.1 sem garantias de medidas que superem a exclusão digital na comunidade acadêmica.

Foto: Natali Carvalho

Foto: Natali Carvalho

“Com a ausência de um plano de medidas que expresse condições adequadas ao trabalho docente e que permita a permanência estudantil, o início do novo semestre aprofundará desigualdades e demarca nítida imposição de uma universidade onde alguns – os mais pobres – ficam para trás”, explica Sandra Gadelha, presidenta do SINDUECE.

Dentre as reivindicações, defendem a atualização do Plano de Atividades Docentes (PAD) para uma forma especial como exige o tempo da pandemia – dado que não corresponderá ao mesmo fluxo de atuação presencial; pela ampliação de bolsas estudantis para discentes de baixa renda identificados – mas não amparados – pelo cadastro do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP); bem como a disponibilização de infraestrutura tecnológica para este público a fim de garantir plenas condições de participação nas aulas, a exemplo de computadores e pacotes de acesso à internet.


Para Jessica Rebouças, diretora da União Nacional de Estudantes, a pandemia aprofunda a necessidade por ampliação da política de assistência estudantil por que “a maior parte dos brasileiros está passando por situação de vulnerabilidade e, com isso, o papel da UECE deve ser amparar e ajudar a combater as desigualdades e não criá-las”, defende.

Quanto ao quesito ‘atuação docente’, a situação não é diferente. “Considerando que planejar e elaborar aulas remotas demanda mais tempo e necessidades de conhecimentos de aplicativos e recursos digitais, torna-se mais complexo essa modalidade e se diferenciando das atividades presenciais”, depõe Virgínia Assunção, diretora do SINDUECE ao discutir sobre a precarização do trabalho quando se ignoram as especificidades do trabalho remoto e o tratam como equivalente ao presencial.

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Foto: Natali Carvalho

O Deputado Estadual Renato Roseno (PSOL/CE) também esteve presente no ato. O parlamentar destacou a cobrança incessante dos sindicatos e de seu mandato por condições de inclusão digital, além de garantias como auxílio-alimentação e auxílio-renda para os estudantes mais precarizados e destacou o projeto de lei por ele proposto que estabelece diretrizes para o retorno das atividades educacionais presenciais. “A ideia é fazer a discussão sobre a viabilidade do retorno das atividades e garantir condições sanitárias no ambiente educacional, promovendo o acolhimento psicossocial de profissionais da educação e estudantes das unidades escolares. Ao mesmo tempo, o objetivo é assegurar que o trabalho docente seja exercido em condições seguras no aspecto sanitário e trabalhista, reafirmando orientações pedagógicas e formações técnicas e metodológicas adequadas à nova rotina escolar”, explica.

Em defesa da vida e do isolamento social

A ação ocorreu sem convocatória pública para não provocar mobilizações de massas, contando com a participação de quantitativo de professores e estudantes equivalente as condições do Sindicato em garantir segurança sanitária.

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Foto: Maximiliano Leguiza