Professores e professoras das seções sindicais do ANDES-SN nas universidades do Ceará se juntaram aos atos promovidos no Ceará, na última quinta-feira (9/6), que reforçam a grande mobilização nacional contra os cortes na educação, replicados em mais de 50 cidades de todo o país. Em Fortaleza, a SINDUECE participou de manifestação organizada por estudantes secundaristas e universitários que saiu da Praça da Gentilândia e percorreu a Av. Treze de Maio. A atividade, que contou com representantes da SINDURCA e da ADUFC, é considerada um "aquecimento" para o ato Ocupa Brasília, que acontece na próxima terça-feira, dia 12, na capital federal.
“Estamos aqui porque defendemos a educação. Viemos dizer que queremos mais investimentos para a educação e que não aceitaremos que sejam cobradas mensalidades nas universidades públicas”, destacou a vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Ceará, Amanda Bernardo, em referência à PEC 206/2019. Diferentes coletivos, sindicatos e representantes de partidos políticos de esquerda ocuparam as ruas da capital cearense para pedir que o governo priorize a educação pública, gratuita e socialmente referenciada.
A passeata também incluiu uma parada em frente à reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), que está sob intervenção do governo Bolsonaro há quase três anos. “Esse reitor (Cândido Albuquerque) foi colocado não pela comunidade universitária, mas pelo Bolsonaro. A gente quer fora Bolsonaro e fora interventor”, reforçou Amanda Bernardo.
O alinhamento da gestão superior ao governo federal também potencializa as consequências dos cortes orçamentários. É o que apontou o presidente da ADUFC, Prof. Bruno Rocha. “Desde 2019 essa reitoria ocupa o cargo de forma ilegítima. O interventor não aceita que os cortes estejam acontecendo. A gente fala que estão ocorrendo cortes na educação e o interventor simplesmente ignora. Ele diz que está tudo bem, que a universidade está ótima, que está excelente. Mas faltam até condições para as salas de aula”, disse.
No interior, a agenda dos atos em defesa da universidade pública e contra os cortes na educação envolveu pelo menos outras cinco cidades no Ceará. Em Juazeiro do Norte, a passeata teve início em frente ao Crede-19 (Centro), pela manhã. Em Quixadá, também pela manhã, a manifestação concentrou-se em frente à Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc/UECE). Em Redenção, estudantes e docentes mobilizaram-se durante toda a tarde, em passeata pelas ruas da cidade, partindo do Campus da Liberdade (UNILAB). Em Limoeiro do Norte, o ato conjunto da região jaguaribana foi realizado durante a manhã. Estudantes e docentes concentraram-se em frente ao IFCE e seguiram em caminhada, ocupando as principais vias do Centro da cidade. Já no município de Sobral, a manifestação ocorreu no período da noite, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA/Campus Betânia). Estudantes também foram às ruas em Juazeiro do Norte, no Cariri, uma foi uma das cinco cidades do interior cearense a registrarem manifestações contra os cortes na educação.
Em Brasília (DF), centenas de estudantes do Instituto Federal de Brasília (IFB), de diversos campi, e da Universidade de Brasília (UnB) compareceram em peso na manifestação que ocorreu na Esplanada dos Ministérios. O protesto também contou a presença repressora de forte aparato da Polícia Militar, que acompanhou toda a manifestação.Conforme a mais recente Assembleia Geral da ADUFC, o sindicato vai aderir integralmente ao Ocupa Brasília, no próximo 14 de junho, em uma grande mobilização pela educação, garantindo a ida de professores, bem como o apoio (ajuda de custo ou ônibus) para que estudantes estejam na agenda da capital federal.
Texto da ascom da ADUFC com edição nossa.
Foto 1: Fortaleza - Nah Jereissati/ADUFC / Foto 2: Limoeiro do Norte - Divulgação SINDUECE / Foto 3: Quixadá - Divulgação SINDUECE