Projeto aprovado na ALCE altera cargos na UECE sem criação de novas vagas
Projeto aprovado na ALCE altera cargos na UECE sem criação de novas vagas
Projeto de lei aprovado na última quarta-feira (20) na Assembleia Legislativa do Ceará remanejou cargos na carreira de professor do grupo ocupacional Magistério Superior (MAS) do quadro da UECE. Além da alteração dos cargos, a proposição 70/2022 de autoria do Governo do Estado determinava que a abertura de concurso público ou o provimento dos cargos remanejados ficariam condicionados às adequações orçamentárias necessárias e à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O teor da matéria, que pode ser conferida na íntegra clicando aqui, propôs a diminuição de 1 cargo de professor adjunto, 29 cargos de titular e 36 de auxiliar (totalizando uma redução de 66 cargos). E o aumento também 66 cargos apenas para a classe de assistente. Ou seja, não houve a criação de nenhum novo cargo e a UECE segue com 1.133 vagas para lotação de docentes, mesmo com o anúncio da criação de 18 novos cursos e oito novos campi. Assim, a nova situação do quadro da universidade ficou dividida em 7 cargos para auxiliar, 406 para assistente, 499 para adjunto, 210 para associado e 11 para titular.
Na avaliação da Diretoria da SINDUECE, com as últimas decisões da Administração Superior da Universidade, tudo indica que as vagas do próximo concurso serão todas para a classe de assistente sem dedicação exclusiva, o que torna a carreira da UECE pouco atrativa para quem já tem um histórico em outras instituições acadêmicas e/ou doutorado e pós-doutorado. Pelo texto da mensagem da governadora, "com essa medida, será possível à Universidade realizar concurso público destinado ao provimento de 365 cargos de professor do ensino superior (...)". Ou seja, considerando que a carência docente da UECE calculada pelo último censo supera as 400 vagas e um decreto do Executivo determina que metade das entradas pelo concurso sejam para os cursos novos, ainda faltarão mais de 200 docentes para suprir o déficit histórico. Entretanto, como não houve a criação de novos cargos no quadro de pessoal, não existirá espaço disponível para novas contratações.
Outra consequência do projeto é limitar a possibilidade de ascensão daqueles que já estão na universidade, já que o desenvolvimento na carreira só pode ser autorizado se houver disponibilidade de cargo.