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SINDUECE assina nota em defesa das liberdades democráticas na Rádio Universitária (UFC)

· Notícias

A SINDUECE vem a público manifestar irrestrita solidariedade ao professor Nonato Lima e endossar a defesa das liberdades democráticas na Rádio Universitária. Infelizmente a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Ceará (UFC) tem convivido diariamente com ataques do interventor que invadiu a cadeira máxima da Reitoria e os efeitos nefastos são sentidos por toda sociedade cearense.

Na última segunda-feira (16), o professor e jornalista Nonato Lima, diretor há mais de 15 anos e defensor de vida inteira da Rádio Universitária, foi afastado de seu cargo. De acordo com informações da ADUFC, em toda a história da Rádio, fundada em 1981, não se tem notícia de interferências abusivas desse tipo, caracterizadas como censura e com graves indícios de racismo e intolerância religiosa.

Ao lado de dezenas de entidades, a SINDUECE assina nota em defesa das liberdades democráticas na Rádio Universitária e de repúdio à censura promovida pelo interventor da UFC. Confira abaixo!

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Em defesa das liberdades democráticas na Rádio Universitária (UFC)

A Rádio Universitária FM, emissora pública com 40 anos de história, vive um momento de alerta. Patrimônio material e imaterial do povo cearense, tornou-se uma referência nacional em radiodifusão pública. Para além de um veículo, integra a paisagem cultural do nosso estado, do Brasil.

Traz consigo os melhores esforços em construir a comunicação como direito humano, comprometida com a promoção da representação, da participação, dos direitos e mesmo da existência, da vida plena das maiorias sociais.

Com seu corpo técnico e colaboradores (as), cumpre, em todo esse período, a missão maior como guardiã e salvaguarda das músicas e das culturas brasileiras e de debates e informações de interesse público. Exerce um jornalismo plural, crítico e diverso, como deve ter toda rádio, sobretudo do campo público.

Sempre ancorada na Universidade Federal do Ceará (UFC), a nossa “Sintonia da Terra” mantém sua estatura maior como uma emissora universitária. Faz jus à história de tantas e tantos mestres que a dirigiram, mesmo em momentos tão ou mais odiosos e autoritários quanto o que vivemos.

Mas hoje a Rádio Universitária FM vivencia um dos seus piores períodos de sua história. Sob controle da reitoria da UFC, a Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC), que detém a outorga da rádio, impõe uma intervenção que coloca em risco todas as liberdades de expressão – de imprensa, de produção e de criação -, especialmente desde novembro de 2021.

Imposta contra a vontade da comunidade universitária, a gestão da UFC chancela, legitima e consolida em prática interesses inconfessos que mobilizam bastidores carregados de assédio, censura e vigilância contra vozes divergentes.

Pretendem, ainda, tutelar manifestações culturais, discriminando, em especial, culturas populares e afro-brasileiras e filtrando o acesso de sujeitos sindicais e de movimentos sociais à emissora. A ordem é impor silêncios e reverências.

Como fundadores (a) ou diretores (a), já passaram pela direção da rádio nomes como Marcondes Rosa, Ivonete Maia, Clóvis Catunda, Rodger Rogério, Agostinho Gosson, Elian Machado, Eliomar Abraão Maia, Débora Cândida Dias Soares e João Batista Sales.

Em nome deles (a) e de todas as pessoas que construíram e ainda sustentam esse patrimônio, é impossível admitir esse tipo de ameaça às liberdades democráticas, ataque que dialoga diretamente com o tempo histórico em que vivemos. De direitos e liberdades não se abre mão.

O professor Nonato Lima, que participou da origem da Universitária FM, estava há mais de 15 anos à frente da direção executiva da emissora e apresenta seu programa, Rádio Livre, há mais de 26 anos. Sua história se mistura com a da rádio.

A saída dele e o anunciado fim do seu programa são o ápice de uma sanha totalitária que se espalha pelo país e atinge, agora, a referência maior da comunicação da nossa universidade pública no Ceará. Essa agressão exige ato de desagravo em respeito à sua historia e à da Rádio Universitária FM. A gente está no ar para ser livre!

Nós vamos nos manter alertas às produções, à programação, ao funcionamento, à vida pulsante que sempre marcou a nossa Rádio Universitária FM. Trata-se de um alicerce cultural, afetivo, memorial e existencial para toda a população cearense.

A música, a cultura e o jornalismo devem muito a essa emissora. E essa gratidão agora se verte em toda a luta coletiva que for necessária para manter, defender e fortalecer os direitos e as liberdades democráticas da nossa Sintonia da Terra.

Assinam:

Grupo Música do CearáSindicado dos Músicos (as) do Ceará (Sindimuce),Associação Cearense de Imprensa (ACI)Associação Brasileira de Imprensa (ABI),Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), Federação Nacional dos  Jornalistas (FENAJ), Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (ADUFC-Sindicato), Sindicato dos Trabalhadores nas Universidades Federais no Ceará (Sintufce), Sindicato dos (as) Servidores (as) e Empregados Públicos (as) do Município de Fortaleza (Sindifort), Coletivo Rebento, Brigadas Populares, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora CE, Sindicato dos Bancários do Ceará, Associação de Moradores (as) do Bairro da Serrinha, CTB/CE, Coletivo Ser Ponte, Sindicato dos  Radialistas do Ceará (SindradioCE), Associação Juízes pela Democracia (AJD), Associação de Pós-graduandos (as) da UFC, Rede Nacional de Médicas e Médicas Populares (RNMP), Grupo Mulheres da Música, Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Ceará (SINTSEF/CE), Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da Região Metropolitana e de Fortaleza (STICCRMF), Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Confecção Feminina de Fortaleza (SINDCONFE), Discentes do Programa de Pós-graduação em Educação da UFC, Frente de Luta por Moradia Digna, Resistência Vila Vicentina, Programa Transpassando de combate à Transfobia (Coletivo Transpassando), Casa de Cultura e Defesa da Mulher Chiquinha Gonzaga, Movimento Caminhando Em Luta (MCL), Núcleo Popular, Centro Acadêmico Batista Neto (Ciências Sociais/UFC), Sindicatos dos (as) Trabalhadores (as) em Entidades de Classe do Estado do Ceara (SINTEC-CE), Coletivo Kizomba, Centro Acadêmico Georgescu-Roegen (Economia Ecológica/UFC), Sindicatos dos (as) Trabalhadores (as) em Transporte no Estado do Ceará (SINTRO), Coletivo Tembiú (CE), Mandato da Deputada Federal Luizianne Lins (PT/CE), Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), Núcleo Américo Barreira do PT Fortaleza, Comitê Popular de Luta do São João do Tauape, Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD/CE), Centro Acadêmico Anna Muylaert (Cinema e Audiovisual da UFC), Fórum Cearense de Mulheres (FCM), Fábrica de Imagens – Ações educativas em cidadania e gênero, Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-Sindicato Nacional), Sindicato de Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece), Coletivo Fuxiqueires – Crateús, Tambores de Safo, Coletivo Grande Rock do Bom Jardim, The Good Garden Produções, RUA – Juventude Anticapitalista, Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes/UFC), Articulação em Apoio à Orfandade de Crianças e Adolescentes por Covid-19 (AOCA), Sindicato dos Servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (SINDSIFCE), Central Única dos (as) Trabalhadores (as) (CUT), Movimento Correnteza, União da Juventude Rebelião, Juventude Fogo no Pavio, Sindicato dos (as) Trabalhadores (as) no Serviço Público Estadual do Ceará (MOVASE), Movimento Brasil Popular, Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Levante Popular da Juventude, Livraria Lamarca, Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço Brasil), Grupo Cultura e Política, NUCEPEC/UFC (Núcleo Cearense de Estudos e Pesquisas sobre a Criança), Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (Renap/CE), Curso de Música da Uece, Núcleo dos Artistas e Amigos da Praia de Iracema (NAAPI), Central de Movimentos Populares (CMP), Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa/CE), Associação das Mulheres Empreendedoras (AME/CE), Movimento Terra Nossa (MTN), Instituto Cultural e Sustentável, Confetraf Brasil, Abraço Norte C.E

Para adesões: (85) 98116.2211211